Levo esta história em minha mente há tanto tempo que já não me lembro os nomes dos personagens, mesmo se lembrasse, não seria da conta de ninguém. Chamemos então a traidora de Traídora, o traído de Traído e o carteiro de Carteiro.
Traídora era dessas mulheres que adorava receber corrrespondências e não negava isso a ninguém. O que poucas pessoas sabem é que o que ela gostava mesmo não era propriamente o conteúdo do envelope, mas sim o Carteiro que as levava até sua porta. Até a sua porta. Até a sua sala. Até a sua cozinha. E, por fim, até o seu quarto. Qualquer lugar é lugar, dizia ela. Assim todos os cômodos fizeram-se ninho de amor.
Para a sorte do casal (o casal de amantes e não o casal acasado), o horário que o carteiro passava coincidia com o horário em que Traído estava no trabalho, isso fez com que esse relacionamento clandestino durasse um pouco mais do que o esperado.
Até que...
Traído, como todo corno, era muito distraído. Acabou esquecendo em casa documentos que precisavam ser apresentados em uma reunião da empresa e só se deu conta disso minutos antes de começar. O único jeito era ir em casa e voltar o mais rápido possível, parecia uma boa ideia, mas mal sabia ele que se fosse para casa, não voltaria para a reunião.
Ao chegar em casa, Traído ouviu alguns gritos - ou seriam gemidos? foi díficil diferenciar - e correu para o quarto. Traídora, você está bem? Aconteceu alguma coisa? Ele perguntava sem saber se falava ou se era só o seu pensamento.
Abriu a porta.
O sangue quente de traídora gelou de imediato. Atônito, o casal (desta vez, o casado) se olhava como quem julga e como se envergonha.
- Puxa, vida, Traídora! Ufa, ainda bem que fui eu. Imagina se fosse outra pessoa?
E o coração de Traídora amorneceu.
Traídora era dessas mulheres que adorava receber corrrespondências e não negava isso a ninguém. O que poucas pessoas sabem é que o que ela gostava mesmo não era propriamente o conteúdo do envelope, mas sim o Carteiro que as levava até sua porta. Até a sua porta. Até a sua sala. Até a sua cozinha. E, por fim, até o seu quarto. Qualquer lugar é lugar, dizia ela. Assim todos os cômodos fizeram-se ninho de amor.
Para a sorte do casal (o casal de amantes e não o casal acasado), o horário que o carteiro passava coincidia com o horário em que Traído estava no trabalho, isso fez com que esse relacionamento clandestino durasse um pouco mais do que o esperado.
Até que...
Traído, como todo corno, era muito distraído. Acabou esquecendo em casa documentos que precisavam ser apresentados em uma reunião da empresa e só se deu conta disso minutos antes de começar. O único jeito era ir em casa e voltar o mais rápido possível, parecia uma boa ideia, mas mal sabia ele que se fosse para casa, não voltaria para a reunião.
Ao chegar em casa, Traído ouviu alguns gritos - ou seriam gemidos? foi díficil diferenciar - e correu para o quarto. Traídora, você está bem? Aconteceu alguma coisa? Ele perguntava sem saber se falava ou se era só o seu pensamento.
Abriu a porta.
O sangue quente de traídora gelou de imediato. Atônito, o casal (desta vez, o casado) se olhava como quem julga e como se envergonha.
- Puxa, vida, Traídora! Ufa, ainda bem que fui eu. Imagina se fosse outra pessoa?
E o coração de Traídora amorneceu.