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terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Pulseiras, corações e cartinhas de amor.

Logo ele, que zombava dos amigos que se diziam apaixonados, estava ali, na minha frente, me oferecendo uma carta de amor, que havia mais corações desenhados do que palavras escritas e junto com ela uma linda pulseirinha de artesanato, baratinha, aposto, mas se você conhecesse o Marco como eu conheci, saberia que ele era um pobre fodido e se perguntaria de quem ele roubara aquilo. Não é exagero, passei todos os intervalos com ele durante 3 meses e nunca o vi com uma moeda furada. Os seus olhos imploravam para que eu os recebesse com agrado. Aceitar aquilo era o mesmo que aceitar seu coração.

E eu estava sozinha demais para recusar.

Depois eu fui embora do país dele, não era o meu lugar, voltei pra casa, não disse nem “tchau”. Por outro lado, não tive culpa, Marco sempre fora um socialista forçado, não tinha celular nem acesso a internet, tudo isso no final de 2009, parece improvável, mas acontece.

Menos de um mês depois de ter chegado, estava eu no banco de uma praça conversando e mexendo na tal pulseira quando ela se partiu e todas as continhas se espalharam pelo chão de um jeito que seria impossível o resgate de todas. Senti muito.

O que me levou a escrever sobre tudo isso foi que, na semana passada, olhando umas barracas de artesanato eu vi, entre tantas, uma única pulseira idêntica à que o Marco me deu. Quase havia me esquecido o quanto ela é linda! Paguei oito reais para apagar da minha memória o dia em que quebrei aquela pulseira e a levo comigo como se nunca tivesse saído do meu braço. Quem me dera achar por aí também um coração à venda, assim faria o mesmo, o compraria e colocaria no lugar do que parti quando voltei.

1 comentários:

Yasmim disse...

Eu te amo.

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