Recentes

quinta-feira, 31 de março de 2011

Amor próprio

Tire um terço de todo apreço que te tenho
Aplique-o a ti mesmo
E sentirás-te superior a todo o mundo
A ponto de não achar quem seja
Merecedor do teu amor

terça-feira, 15 de março de 2011

O mundo segundo Pitágoras

Antes mesmo de Adão e Eva

O acontecimento narrado agora

É anterior a decida do Messias a Terra

Neste tempo tão distante

Existiam apenas dois algarismos

Dois e Quatro eram eles

Que reinavam num abismo paradisíaco

Como é natural acontecer

Onde um par sozinho se encontra

Escolhas não podem ser feitas

Eis então que surge

Uma paixão recíproca

O Dois pôs-se de dizer:

- Soma-me ou multiplica-me por mim,

Serei sempre tu.

Os olhos do Quatro brilhavam

E docemente respondia:

- Metade de mim és tu,

A outra? Também.

Sendo números ancestrais de coelhos

Em sua primeira gestação

O Quatro deu luz a oito filhos

Isso não é só mitologia

Muito mais do que matemática

Ou vã filosofia

Quem for cético, pode conferir

Nos dedos a prova há de existir

E não fiquem atônito ao perceber

Que nas mãos de um mortal

O infinito pode sim, caber.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Gostava de olhar pela janela
E ver mil estrelas e um milharal
Hoje o que vejo é meu quintal
Algumas roupas no varal
E mais um milhão de rimas pobres

quinta-feira, 3 de março de 2011

Domingo

Se tu morresses
Certamente eu não saberia
Então, pergunto-me
Estarás mesmo vivo
Ou haveria a lacuna da tua vida
Te definhado até a morte?

O tempo também foi cruel comigo
Eu apenas finjo não perceber
No entanto, não é tão fácil
Quanto acarretar a culpa para si
Como tu o fizeste
Logo após romper comigo
E com todo o mundo

As coisas aqui caminham devagar
É a grande passeata em marcha ré
O quê e onde foste buscar?
Não duvido que por aí
Tenha um grande coro de contentes
Duvido é que tu fazes parte dele

Miséria que é miséria
Te segue em todo canto.