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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Rosa da Vida

Rosas brancas pra minha preta Rosa
Que num balançar das ancas
Traduz nosso amor em água
Que aposta no jogo
Um samba nua em pelo
E perde porque quer

Rosas brancas pra minha preta Rosa
Que num torcer dos dedos
Me chama pelo nome dos amantes passados
Porque amor é assim
Chega sem aviso prévio
E vai embora sem deixar recado

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Suficiente

Satisfação é desejo reprimido
Que de ver, precisa tocar
Mas ao delírio pertence mais o anseio
É cada um com seus tremores

Olhos que tudo vêem
Mãos que pertencem apenas ao próprio órgão
Órgão dependente de um só par de mãos
E, se flexível é o bastante,
Aventura-se em autofelação

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Amante Amador

A origem dos orifícios
É mais complexa
Que um suco de boas tetas
A receita da foda perfeita
Se deleita longe do alcance
Dos ingênuos amantes
Atrás das minhas pálpebras
Salivam-me mil Dionísios ocultos
Quando és tu quem comigo transa

Vulgar Peculiar

Questionar minha sanidade
Faz de mim menos insano
Nesse batuque em desalento
Alívio demais sufoca
Loucos de verdade não o fazem
Putas, que de fato são, não o sentem
São as almas prostituídas
São corpos em conserva
Do contrário, num gozo
O corpo perece
E geme uma poesia
Que anuncia a vida
Como um longo sonho erótico

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Morrer de medo

Todo dinheiro depositado
Domingos na missa
Rotina de esposa submissa

Teus filhos bem criados
Pelas criadas pós-graduadas
Agora se reduzem ao esquecimento

Os netos dos teus netos
Confundem genealogia com genecologia
E não se interessam sequer pelo teu nome
Maria, Carla, Cláudia, Rita, Rosa
Existem muitas, existirão mais
E outras que não existem mais

A vida, afinal, é para o vivos
Você é a lápide onde jaz