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quarta-feira, 23 de maio de 2012

Aborto

Imagem compulsive.artician.com
 
Fetos escorregam ladeira abaixo
Crianças mendigam e invejam o meu lar
Bebês sufocam em sacolas plásticas
Todo caso é cruel quando é particular
Tarja Preta, maquiagem, televisão
Entre outras drogas modernas
Tentaram de tudo:
Não me deixaram nascer
Nem conseguiram me abortar.

Pseudo Psicopata


Imagem: http://euphoria.artician.com/

Pulsa o cérebro que descobre:
Inverteram meus cromossomos!
Qualquer dia a mão pára
De tremer de temor
Para pintar de uma vez a casa
Da vermelha cor
De sangue do meu sangue
Mas não do meu corpo
Deixando finalmente de ser
Teu ventríloquo torto
Porque ferida de pai
O filho não lambe

Maldita civilização
Bloqueadora de instintos
Que confunde jovens e filhotes
No mesmo ninho maternal

Só não desejo em segredo
Que numa dessas viagens
A morte lhe cruze a estrada
Por temer ser puxado
Pelo cordão umbilical
E cair junto no buraco
Por mim mesmo de Acaso denominado

terça-feira, 22 de maio de 2012

19 de Maio: O poema que não se calou e me fez falar.


Espalharam as línguas mal amadas
Que dizê-lo é duelar com o amor
E que para sobreviver
É preciso acertar
Mas entre morrer ou seguir agonizante
Disponho-me ao sacrifício:
Eu te amo.



segunda-feira, 14 de maio de 2012

Meus olhos brilham e eternizam minha última poesia de amor. Tecerei, a partir de agora, versos sobre o mundo e suas mazelas aos cegos voluntários, aos que se regorzijam com sabores óbvios e saberes podres. Escreverei, portanto, o que há de mudo, deixando o amor e suas cores de desassosego a serem pintadas por quem ainda não os encontrou.

domingo, 13 de maio de 2012

Drama Erótico

Fazia-o bem, sim
Posso não lembrar-me o ritmo
Ou expressão orgástica
Mas recordo-me bem
O anseio de reencontrá-lo

Deitada sob seu corpo
Ouvia num gemido
Um grito de socorro
Que em meu peito cultivara
A seiva dos novos tempos
Pertencente aos poetas mutantes,
Às beatas que não são,
Às putas tristes
Da tristeza de solidão
Que todo sábio tem

Ao despir-me, despia-me
Do carma cristão chamado pudor
E o fim d'um gozo era anúncio
D'outro maior que estava por vir
Este, porém, de natureza diferente
Que sem tocar, dizia:
"Conta-me mais.
És tão eu mesmo.
Fala-me mais de ti,
Para eu me conhecer melhor"

E entre fluídos nossos
A filosofia era personificada
Em orgasmos múltiplos
Que, ao fim, não pedia "eu te amo"
Mas bradava
"Eu te entendo,
Eu te sensibilizo,
Eu te filosofo"
 

sábado, 12 de maio de 2012

Um poema em francês ao poeta francês


À Paris, où je suis devenu 
Monstre de moi même
La fumée des cigarettes 
Sont mes fantômes

Mes enfants 
Refusent mon sangre
Tandis que mes parents 
Oublient mon nom

"C'est dommage qu'il ne puisse plus coller
 les morceaux de lui-même"
Dis-moi un cri à la rue

Mais tout c'est bon
Quand je suis la vague
Dans l'île d'une femme