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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013


Necessidades nunca são satisfeitas plenamente
Seja a sede pela água ou pela saliva alheia
E a dor é conseqüência que acompanha
Ambientalistas que de tão tontos
Tentam salvar a natureza semeando plantas
Evitando queimadas e preservando leitos de rios
Deveriam se preocupar com a natureza humana
Esta maldita que nunca poupou ninguém
E nas obscuridades do inconsciente
Sem objetivo ou descanso
Fez-se algoz ao me endereçar a dor do querer
Schopenhauer percebeu isso antes de mim
E acrescentou que, embora impossível
A satisfação plena jamais fora solução
Pois ao seu lado, qual sombra
Carrega junto a si o sentimento do tédio
Mas não quero discutir filosofia em versos
Apenas fazer o epílogo do meu tédio
Ou da minha dor
Pra que fossem compreendidos no mesmo trajeto
Em que eu mesma os compreendi:
Eu encontrei tudo que eu queria
O que me sacia em todos os quesitos que o amor pode ansiar
E se me apetecia algo cujas competências do meu par não alcançam
Não por incapacidade, mas por independência
Tal desejo virou plasma e sucumbiu
De modo que não poderia sequer citar exemplos
Pois a memória não alcança mais
Foi então que ele chegou a mim como um adultério
E para que o tédio não me definhe
Eu me proponho, às vezes, à dor de te perder por um segundo
Como quem só pode se apoiar em um pé
Então oscila entre os dois
E muitos talvez perguntem “Que amor é esse?”
Mas não ousariam dizer que não seja amor
Porque se culpa é minha, não é por falta
Mas por excesso.



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