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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013





Sentada no quintal no fim da tarde
Cai uma garoa e me lembra
Como era gostoso fumar ali
Meus fantasmas me assombram
As Brisas passam ligeiras
De patins, de patinete
Essa letra maiúscula confunde
Remete ao Simbolismo e me lembra
Como era gostoso fumar ali
Lembro-me também
O quanto esperava a maior idade
Como se os raios de sol do décimo oitavo verão
Queimassem tudo aquilo que me prende
Mas a mim, que cheguei a pensar
Que havia uma personalidade ímpar,
Restou-me apenas o medo
Ao qual estão fadados todos os incrédulos
O medo do tempo esgotado
Da morte trágica que pode chegar amanhã
Ou da morte trágica da velhice
Porque a tragédia parasita a morte e não o tempo
E na colônia dos pequenos entre miúdos
Nós, os ignóbeis, somos a base dessa cadeia
Enquanto as promessas feitas de mim para eu mesma
São adiadas cada vez com mais frequência
Enquanto os sonhos faustosos
São esmiuçados até que caibam no meu quarto
A casa, que deveria servir de abrigo
É o mausoléu onde sepultei tudo que fui
Junto a tudo que lamento por não ter sido
Por isso, concentrar-me tornou-se tarefa difícil
Diante de tudo que me é desinteressante
Eu sou a única aderente ao escapismo que foge para o futuro.

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