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terça-feira, 13 de julho de 2010

Cruel

O corpo, pobrezinho, sente ciúme do coração, que se contenta com tão pouco, por isso inventa de sair por aí se doando. Que crueldade negar carne à própria carne, diria ele a quem se aventurasse a corrigi-lo.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Um quase delírio

Calma, raio de sol
Não desista de nós antes de começarmos
Esse eclipse também me confunde
Desculpa, raio de sol
Eu sei que errei
Mas não nos deixe pela luz do luar
Ela nada mais é do que teu próprio reflexo
Não temos paciência para tantas fazes
E as estrelas são todas iguais
Veja bem, raio de sol
As noites ainda são iluminadas por tua causa.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Viagem Sideral

Príncipe do Sol
Das andorinhas de Saturno
Que viaja pelo mundo
Procurando a onde ir

E eu, que vago nesta terra
Desespero a tua espera
E tu tardas a chegar
Pois ocupado estás
A saltitar por esses astros
De mil e outras galáxias
Que não passam por aqui

Mas se te sobram uns trocados
Cá recebo um postal
E faço minhas tuas lembranças
Com esta paisagem sideral

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Nada pra ninguém

Corre, caneta, corre
Antes que acabem as palavras
Porque eu ainda não falei do teu beijo
Rimando com desejo
Nem tampouco teu olhar
Com qualquer verbo fatal

Mas que diabos declaro e a quem?
Se fosse para alguém
Seria para você
Mas eu continuaria de ninguém

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Depois, não.

Antes que eu embole e jogue fora
Antes que a plateia se canse e vá embora
Antes que me venha o ponto final
Antes que eu me entregue ao banal
Antes que eu durma e esqueça
Antes que eu morra e apodreça.