O filósofo: Pergunto-me sempre
O que viste em mim?
És tão bonita
Que a lua te inveja
Tens lá teus defeitos
Não aprecias boa arte
Ignoras metafísica
Mas, talvez eu afirme
Pensar por nós dois
E, talvez fosse isto
Que te amarrou a mim
A libertina: Doce quimera!
Quem nada pensa
Não reconhece o intelecto
Mesmo quando este
Sussurra ao seu ouvido
O filósofo: Chamam-te moça
Creio que só por viveres a mocidade
Ou mesmo por pura ironia
Pois vi bem quando lá estive
Pelo modo em que me acolhera
Certamente não fui o primeiro
A libertina: Se explicação é o que queres
Meu menino, eu procurava
Aquilo que chamam amor
E encontrava apenas
Aquilo que chamas banal
Não me deste amor
Porém jamais me ofereceste banalidade
Assim, dei-me por satisfeita
O filósofo: Caíste aos meus pés
E beijou-me
Este beijo que me causa repulsa
Por ter o gosto de legiões inteiras
E me enoja ainda mais
Quando dizes que pertencem a mim apenas
Respondo, então, que vás embora
Que entre mil casos
Não quero ser o sorteado
A libertina: Por não desejares a fêmea mais desejada
Teus pontos aumentaram
E tu serás o motivo do meu pranto
Pelos próximos sete dias e sete noites
O filósofo: Perdoa-me se não me acostumei
A falar com o coração
Sob ameaça de um cair da tua lágrima
Me arrisco a tentar:
Admito que dormi no teu mar
E tua maré me levou
Para provar que padeço arrependido
De tudo aquilo que tenho dito
Eu, que jurei nunca te escrever cartas de amor
Dedico-te a maior das minhas poesias
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