Recentes

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Que azar ter tido a sorte de te encontrar.

         
     






                                                       
























                                                                                                                                          E te perder.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013


Como não falar em capital
Se casar é abrir o negócio
Desentendimento é preço de custo
A vida que se leva é o preço de venda
Dar certo é como sair lucrando

Sou aspirante à economista, pequena
Não me julgue por tentar reduzir os custos
Se você me escolheu pra ser
Seu investimento em longo prazo.   

Necessidades nunca são satisfeitas plenamente
Seja a sede pela água ou pela saliva alheia
E a dor é conseqüência que acompanha
Ambientalistas que de tão tontos
Tentam salvar a natureza semeando plantas
Evitando queimadas e preservando leitos de rios
Deveriam se preocupar com a natureza humana
Esta maldita que nunca poupou ninguém
E nas obscuridades do inconsciente
Sem objetivo ou descanso
Fez-se algoz ao me endereçar a dor do querer
Schopenhauer percebeu isso antes de mim
E acrescentou que, embora impossível
A satisfação plena jamais fora solução
Pois ao seu lado, qual sombra
Carrega junto a si o sentimento do tédio
Mas não quero discutir filosofia em versos
Apenas fazer o epílogo do meu tédio
Ou da minha dor
Pra que fossem compreendidos no mesmo trajeto
Em que eu mesma os compreendi:
Eu encontrei tudo que eu queria
O que me sacia em todos os quesitos que o amor pode ansiar
E se me apetecia algo cujas competências do meu par não alcançam
Não por incapacidade, mas por independência
Tal desejo virou plasma e sucumbiu
De modo que não poderia sequer citar exemplos
Pois a memória não alcança mais
Foi então que ele chegou a mim como um adultério
E para que o tédio não me definhe
Eu me proponho, às vezes, à dor de te perder por um segundo
Como quem só pode se apoiar em um pé
Então oscila entre os dois
E muitos talvez perguntem “Que amor é esse?”
Mas não ousariam dizer que não seja amor
Porque se culpa é minha, não é por falta
Mas por excesso.






Conheci uma mulher forte
Que ao custo do próprio suor
Acordara mil membros da inércia
Chamaram-na puta sem saber
Que como muitas putas
Deveras odiava o ofício do prazer
Mas concebia o gozo aos desventurados
Aos desfigurados, aos mendigos, aos insanos
Aos de falo hipo e aos de falo hiper
E todos mais que pudessem intimidar
A libido de uma dama mais frágil
Ela, de humilde, se entregava muda
Sabia que de todos os pecados juvenis
Aqueles, de quando ainda negava parceiros
Seriam pelo seu Senhor perdoados
Assim que todos os mortais gozassem
O prazer de ter pecado

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A poesia, quando é suja
Assim é de uma sujeira natural
Que não afoga feromônios no chuveiro
Nem os economiza durante o Carnaval
A poesia suja
Tem pena dos punheteiros
De punhetas invisíveis
Dos que não descobrem o próprio corpo
E se restringem ao trivial
A poesia suja
Assusta, mas derrete na boca
Como faz o primeiro orgasmo