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segunda-feira, 30 de agosto de 2010

A grande parábola do universo

Não se lembrar do que era para escrever é uma das desvantagens de quem adota o meu método, que se resume a escrever no pensamento antes de dormir, daí se você se lembra de tudo que pensou na manhã seguinte, ótimo, se não, você fica como eu estou agora: espremendo a memória para ver se sai alguma coisinha que te lembre. Então, vem à mente uma grande laranja, sim, era algo relacionado a uma grande laranja, essa é a única coisa que sei. Começo a pensar em outras coisas que pensei anteriormente, como na família do pai do meu avô, em São Miguel das Matas. Não o chamo de bisavô porque não o conheci, pra mim, ele não é nada meu, se não o pai do meu avô. Isso, agora eu me lembro bem do que estava pensando e, por curiosidade, não tem nada a ver com laranja nenhuma.

Eu queria ter nascido em 1960. Viveria a juventude nos anos 80 e daqui a alguns anos poderia aproveitar das viagens nacionais grátis para aposentados, que beleza. Mas não, poxa, vida, nasci em 1994 e na virada de ano de 1999 para 2000 minha mãe me disse que aquele era um grande acontecimento, uma virada de século e eu deveria estar feliz em presenciá-la porque aquela era a primeira e última vez que eu passaria de um século para o outro, mas não entendi nada. Alguns meses depois, quando via um bebê recém-nascido pensava: “este não verá uma virada de século, como eu vi” e isso de alguma forma fazia com que eu me sentisse melhor que eles. Grande porcaria, ver uma virada de século, sendo que não tenho nenhuma história pra contar antes disso, não se tem lá muitas experiências com cinco anos de idade, essa é a grande questão, parece que tudo que poderia acontecer já aconteceu antes do ano 2000, esse foi, embora pensem que não, o fim do mundo, como muitos disseram, e não adianta: qualquer medida tomada agora poderá até retardar o processo, mas não há cura para a humanidade. Vivemos, vivemos, vivemos e depois, vivemos mais um pouco, até evoluímos, vejam só, que legal, agora morremos, morremos, morremos e talvez o mundo qualquer hora acabe com outro Big Bang, nada mais coerente do que acabar como começou, é assim que funciona a grande parábola do universo.

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